Contrato entre a Susam e a White Martins, para fornecimento de oxigênio, é investigado pelo MPC-AM e TCE-AM

Shares

O presidente do TCE-AM, conselheiro Érico Desterro, admitiu ‘Representação’ do MPC-AM para investigação do Contrato nº 061/2016 – Susam, firmado entre a Secretaria de Estado de Saúde (SES/Susam) e a empresa White Martins para fornecimento de oxigênio às unidades de saúde do Estado.

De acordo com o MPC-AM, o mesmo teve conhecimento do contrato durante a segunda onda da pandemia por covid-19, em janeiro de 2021, quando aconteceu o desabastecimento das unidades hospitalares, resultando em inúmeros óbitos de pacientes.

Dessa forma, o MPC-AM requereu a apuração da suspeita de antieconomicidade contratual. Pois, conforme pactuado em 2016 e como vem sendo executado, o contrato é para abastecer, a preço mensal fixo, as unidades hospitalares de certa quantidade de gases hospitalares, com comodato dos equipamentos (tanques e dutos) necessários.

Segundo o MPC-AM, o regime de pagamento a preço mensal fixo aparenta ser incoerente e incompatível com o fato de as quantidades consumidas de gases medicinais serem variáveis e oscilantes, a depender do número de pacientes fazendo uso da corresponde terapia nas unidades hospitalares. Ainda, que o maior consumo é registrado sazonalmente quando há alta de casos de síndromes respiratórias agudas (SRAG) durante o inverno amazônico e, excepcionalmente, durante os picos da pandemia pelo novo coronavírus em 2020 e 2021.

O contrato inicial nº 061/2016-SUSAM, pelo prazo de 12 meses, iniciou em 30/12/2016, pelo valor mensal de R$ $ 1.360.891,65, perfazendo o valor global de mais de R$ 16,3 milhões. Segundo o Projeto Básico, o regime de execução seria de empreitada por preço unitário, vinculando a remuneração do contratado às quantidades de serviço efetivamente medidas e executadas. No entanto, foi praticado preço fixo mensal, operando-se assim os pagamentos no período de vigência antecedente à pandemia do novo coronavírus independentemente da oscilação de consumo, como comprovam as Notas de Empenho.

De acordo com informações do MPC-AM contrato, desde 2016, foi aditivado sete vezes. O primeiro, celebrado em 2017, é de prorrogação até o dia 01 de janeiro de 2019. Já o segundo, acresceu 0,7856% dos serviços, pelo período de três meses, 2 de maio de 2018 e 2 de agosto de 2018. O terceiro termo aditivo acresceu aproximadamente 2,2992% de serviços destinados à Fundação Hemoam, no período de 01 de julho de 2018 a 1 de janeiro de 2019.

O quarto termo aditivo prorrogou o prazo de vigência do contrato até 2 de janeiro de 2020, com valor mensal estimado em R$ 1.392.917,12. O quinto termo aditivo, celebrado em janeiro de 2020, previu a prorrogação do prazo de vigência do contrato até 1 de janeiro de 2021. Já o sexto termo aditivo, previu a repactuação da tabela de preços em aproximadamente 14% e a inclusão do Hospital Universitário Francisca Mendes, totalizando o valor mensal em mais de R$ 1,1 milhão. Em novembro de 2020, foi celebrado o sétimo termo aditivo que teve por objeto o acréscimo de 21,9152% sobre o valor do contrato primitivo, a inclusão da Unidade Hospital Geraldo da Rocha e o atendimento da demanda de oxigênio decorrente da pandemia de SARS-COv-2 (Covid-19), totalizando o valor mensal estimado de R$ 1.433.667,38. Por último, o oitavo termo aditivo celebrado em janeiro de 2020, por sua vez, previu a prorrogação do prazo de vigência do contrato 1 de janeiro de 2022.

Diante dos fatos, o Diário Oficial do TCE-AM, da última sexta (11), veiculou ‘Despacho’ da presidência da Corte de Contas admitindo a ‘Representação’ do MPC-AM contra a Secretaria de Estado de Saúde (SES/Susam) e a empresa White Martins Gases Industriais do Norte S.A, em face de possíveis irregularidades na gestão contratual.

Shares

Procurar no Site

GALERIA DE FOTOS

Confira os registros do MPC em sessões do pleno, palestras, congressos, simpósios e demais eventos.

LOCALIZAÇÃO