Enquanto os gastos com a Copa do Mundo crescem e já vão além do previsto nos orçamentos, a transparência deles está em baixa. De acordo com pesquisa apresentada hoje (9.nov.2012) em Brasília pelo Instituto Ethos durante a 15ª Conferência Internacional Anticorrupção (IACC), 10 das 12 cidades-sede apresentam nível de transparência “muito baixo”, tendo feito menos de 19 pontos (num máximo possível de 100). Somente Porto Alegre e Belo Horizonte foram avaliadas com transparência “média”, com pontuação maior que 48.
A pontuação é calculada com base em um questionário de 93 itens referentes ao conteúdo disponibilizado ao cidadão e à qualidade de sites, telefones e serviços de informação ao cidadão. As perguntas verificam o cumprimento da Lei de Acesso a Informações Públicas, a Lei de Responsabilidade Fiscal e a Lei de Licitações.
Das 12 cidades, 8 descumpriram a Lei de Acesso logo no início: Brasília, Cuiabá, Fortaleza e Manaus não responderam ao questionário, enviado como pedido de informações. Rio de Janeiro, Porto Alegre e Salvador responderam fora do prazo máximo legal (30 dias).
Impacto social é ignorado
O vice-presidente do Instituto, Paulo Itacarambi, afirma que, além da falta de transparência sobre os gastos, a ausência de informações sobre os impactos sociais das obras da Copa do Mundo é um dos pontos mais preocupantes entre as conclusões do levantamento. “Afinal, é o impacto social que deve determinar a execução de uma obra”.
Ranking completo
1º – Porto Alegre – 48,87
2º – Belo Horizonte – 48,44
3º – São Paulo – 18,36
4º – Natal – 15,35
5º – Curitiba – 15,24
6º – Rio de Janeiro – 14,98
7º – Salvador – 14,45
8º – Brasília – 14,29
9º – Recife – 14,01
10º – Fortaleza – 13,94
11º – Manaus – 13,01
12º – Cuiabá – 10,17
A metodologia da pesquisa e as respostas completas das cidades por ser baixada aqui.
Por Marina Iemini Atoji
Foto: Juvenal Pereira/Monitoramento Minstério do Esporte
Fonte: Informação Pública