Município do interior do AM tem o 3º pior IDH do Brasil, aponta ONU

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A Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou nesta segunda-feira (29) o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de todas as cidades brasileiras, com dados do último levantamento, realizado em 2010. Das 50 com pior índice, nove estão no Amazonas, sendo que Atalaia do Norte, município distante 1.136 Km de Manaus, com IDH de 0,450 (considerado muito baixo) é o 3º pior do Brasil, ficando à frente apenas de Fernando Falcão, no Maranhão, e Melgaço, no Pará.
No ranking, com todos os 5.564 municípios do Brasil, a cidade do Amazonas mais bem colocada é Manaus, com 0,737 de IDH (considerado alto). Tapauá, Barcelos, Maraã, Pauini, Santo Antônio do Içá, Ipixuna, Santa Isabel do Rio Negro, Itamarati e Atalaia do Norte estão entre os 50 piores IDHs do país.
Apesar do IDH de Atalaia do Norte ser considerado muito baixo pela ONU e de estar em posição abaixo dos outros municípios, a cidade apresentou evolução em diversos aspectos avaliados organização.
 
Longevidade, mortalidade e fecundidade

A mortalidade infantil (mortalidade de crianças com menos de um ano) em Atalaia do Norte reduziu 39%, passando de 47,6 por mil nascidos vivos em 2000 para 28,6 por mil nascidos vivos em 2010. Segundo os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio das Nações Unidas, a mortalidade infantil para o Brasil deve estar abaixo de 17,9 óbitos por mil em 2015.
A esperança de vida ao nascer é o indicador utilizado para compor a dimensão Longevidade do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM). Em Atalaia do Norte, a esperança de vida ao nascer aumentou 5,5 anos nas últimas duas décadas, passando de 63,4 anos em 1991 para 64,9 anos em 2000, e para 69,0 anos em 2010. Em 2010, a esperança de vida ao nascer média para o estado é de 73,3 anos e, para o país, de 73,9 anos.
 
Educação

A proporção de crianças e jovens frequentando ou tendo completado determinados ciclos indica a situação da educação entre a população em idade escolar do município e compõe o IDHM Educação, e no período de 2000 a 2010, a proporção de crianças de 5 a 6 anos na escola cresceu 45,37% e no de período 1991 e 2000, 136,53%. A proporção de crianças de 11 a 13 anos frequentando os anos finais do ensino fundamental cresceu 170,02% entre 2000 e 2010 e 358,87% entre 1991 e 2000.
A proporção de jovens entre 15 e 17 anos com ensino fundamental completo cresceu 199,75% no período de 2000 a 2010 e -30,21% no período de 1991 a 2000. E a proporção de jovens entre 18 e 20 anos com ensino médio completo cresceu 0,00% entre 2000 e 2010 e -100,00% entre 1991 e 2000.
Em 2010, 24,29% dos alunos entre 6 e 14 anos de Atalaia do Norte estavam cursando o ensino fundamental regular na série correta para a idade. Em 2000 eram 17,43% e, em 1991, 5,95%. Entre os jovens de 15 a 17 anos, 2,33% estavam cursando o ensino médio regular sem atraso. Em 2000 eram 0,76% e, em 1991, 2,18%. Entre os alunos de 18 a 24 anos, 3,03% estavam cursando o ensino superior em 2010, 0,00% em 2000 e 0,00% em 1991.
Nota-se que, em 2010, 34,47% das crianças de 6 a 14 anos não frequentavam a escola, percentual que, entre os jovens de 15 a 17 anos atingia 43,91%.
 
População Adulta

Em 2010, 22,85% da população de 18 anos ou mais de idade tinha completado o ensino fundamental e 12,38% o ensino médio. Em Amazonas, 54,87% e 37,66% respectivamente. Esse indicador carrega uma grande inércia, em função do peso das gerações mais antigas e de menos escolaridade. A taxa de analfabetismo da população de 18 anos ou mais diminuiu 32,25% nas últimas duas décadas.
 
Anos Esperados de Estudo

Os anos esperados de estudo indicam o número de anos que a criança que inicia a vida escolar no ano de referência tende a completar. Em 2010, Atalaia do Norte tinha 4,63 anos esperados de estudo, em 2000 tinha 3,83 anos e em 1991 2,63 anos. Enquanto que Amazonas, tinha 8,54 anos esperados de estudo em 2010, 6,68 anos em 2000 e 6,52 anos em 1991.
 
Habitação

 

 
1991
2000
2010
% da população em domicílios com água encanada
35,08
25,59
36,29
% da população em domicílios com energia elétrica
44,40
56,66
60,84
% da população em domicílios com coleta de lixo. *Somente para população urbana
32,09
44,66
50,61

 

Vulnerabilidade Social

 

Crianças e Jovens
1991
2000
2010
Mortalidade infantil
49,60
47,60
28,60
% de crianças de 4 a 5 anos fora da escola
    –
79,32
51,66
% de crianças de 6 a 14 anos fora da escola
71,70
41,96
34,47
% de pessoas de 15 a 24 anos que não estudam nem trabalham e são vulneráveis à pobreza
    –
33,64
33,03
% de mulheres de 10 a 14 anos que tiveram filhos
0,00
2,75
1,13
% de mulheres de 15 a 17 anos que tiveram filhos
28,48
20,12
14,59
Taxa de atividade – 10 a 14 anos (%)
   –
7,08
18,62

 

  

 

Família
1991
2000
2010
% de mães chefes de família sem fundamental completo e com filhos menores de 15 anos
20,17
23,29
27,45
% de pessoas em domicílios vulneráveis à pobreza e dependentes de idosos
4,00
10,35
8,38
% de crianças extremamente pobres
66,97
62,00
49,95

 

  

 

Trabalho e Renda
1991
2000
2010
% de vulneráveis à pobreza
92,57
83,13
83,46
% de pessoas de 18 anos ou mais sem fundamental completo e em ocupação informal
   –
81,99
74,35

 

  
 

 

Condição de Moradia
1991
2000
2010
% de pessoas em domicílios com abastecimento de água e esgotamento sanitário inadequados
6,02
28,63
44,58

 

 

Fonte: G1/Amazonas

Link: Município do interior do Amazonas tem o 3º pior IDH do Brasil diz ONU

 
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