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MPC-AM quer apurar irregularidades na execução de contrato da Prefeitura de Manaus que está comprometendo a segurança do trânsito na Avenida Coronel Teixeira com a existência de múltiplas e desconexas faixas horizontais

 

A procuradora de Contas Fernanda Cantanhede Veiga Mendonça ingressou junto ao TCE-AM com ‘Representação’, com pedido de liminar, contra o ex-secretário Municipal de Infraestrutura, Kelton Kellyo de Aguiar Silva e o atual secretário Marcos Rotta, para apurar irregularidades na execução do contrato nº 011/2020 – Seminf, pela empresa SR Empreendimentos e Serviços Eireli, na Avenida Coronel Teixeira, no bairro Ponta Negra, zona Oeste de Manaus, bem como a falta de transparência relativa à licitação, ao contrato e às despesas realizadas.

Segundo Fernanda Mendonça, a ‘Coordenadoria de Infraestrutura e Acessibilidade’ do MPC-AM tomou conhecimento de irregularidades na sinalização horizontal na Avenida Coronel Teixeira que podem comprometer a segurança no tráfego naquela localidade. “Das imagens, vê-se a existência de vários segmentos desconexos das faixas brancas que, em conjunto com a ciclovia, impossibilita os motoristas de terem um efetivo senso de direção, visto que tal sinalização existe para organizar o fluxo de veículos e indica a possibilidade da passagem destes de uma faixa para a outra”.

Outra questão que aborda Fernanda Mendonça é que a irregularidade não se limita somente ao ambiente físico. “Em consulta ao Portal da Transparência da Prefeitura, não foram encontradas quaisquer informações acerca da licitação realizada ou do contrato celebrado para a prestação dos serviços de engenharia associados a implantação da ciclovia e a marcação das faixas”.

Liminarmente, a procuradora Fernanda Mendonça pede ao TCE-AM que determine ao secretário Marcos Rotta que forneça, no prazo de 10 dias, todas as informações referentes à execução dos serviços de engenharia realizados, em relação as ciclofaixas, ciclovias e sinalização horizontal, incluindo cópia do contrato celebrado com a SR Empreendimentos e Serviços Eireli, da licitação e dos processos de pagamento à empresa contratada.

Fernanda Mendonça salienta que os fatos apresentados apontam para o descumprimento do Código de Trânsito Brasileiro e da Lei de Responsabilidade Fiscal, haja vista a ausência de transparência. Ressalta, a necessidade da concessão de ‘Medida Liminar’ pela Corte de Contas. Nesse sentido, salienta que o perigo na demora reside em dois fatores. “O primeiro, no comprometimento da segurança viária, em virtude da sinalização horizontal irregular que, …, está favorecendo eventuais acidentes na avenida, o que pode levar a fatalidades e a reparações a serem pagas pelo ente. O segundo, no fato de que a ausência de disponibilização das informações relativas aos gastos públicos, à execução do contrato e ao procedimento licitatório realizado, gera um estado de insegurança pública, …, além de dificultar o próprio exercício do Controle Externo”.

No mérito, caso confirmadas as irregularidades e também não sejam disponibilizadas as informações requisitadas, a procuradora Fernanda Mendonça pede que sejam aplicadas aos representados, multas por graves infrações. Também, prazo para satisfação das irregularidades com a respectiva determinação de intervenção para a regularização da sinalização horizontal da Avenida Coronel Teixeira e do Portal da Transparência da Seminf, fazendo constar todas as informações exigidas pela legislação vigente, não olvidando ainda da possibilidade de advertência do Município pelo descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal. Finalizou requerendo a notificação dos representados para que apresentem razões de defesa, incluindo justificativas e documentos.

Texto: Miguel de Oliveira

MPC-AM pede à Cigás planos de contingência em caso de vazamentos e acidentes

Na manhã desta segunda-feira (12), a Coordenadoria Ambiental do Ministério Público de Contas, através do procurador de Contas Ruy Marcelo, participou de reunião virtual com dirigentes e técnicos da Companhia de Gás do Amazonas (Cigás) para tratar sobre a adoção de ações no sentido de investigar a origem do forte odor que vem sendo observados por moradores em diferentes bairros da capital amazonense nos últimos dias.

Na ocasião, o diretor-presidente da Cigás, René Levy Aguiar, apresentou indicadores técnicos e negou que o incidente tenha origem na rede de gás natural canalizado. “A Companhia de Gás do Amazonas garante que nunca houve um vazamento relacionado à rede de distribuição e que apesar de todos esses indicadores apresentados, a Cigás faz questão de averiguar todos os chamados da população. ”

Segundo levantamento da Cigás, o forte odor tem sido notado por moradores dos bairros de Flores, Parque Dez, Nossa Senhora das Graças, Adrianópolis, Parque das Laranjeiras, Cidade Nova e Tarumã. Diante do acontecido, no início deste mês, o procurador de Contas Ruy Marcelo oficiou ao diretor-presidente da Cigás, René Levy Aguiar, relatando sobre a suposta fuga de gás na cidade e solicitou informações sobre gestão de riscos e planos de contingência em caso de vazamentos e acidentes.

Segundo o procurador Ruy Marcelo de Mendonça, foi positiva a reunião com a Companhia, ocasião em que frisou sobre a necessidade de informar e esclarecer melhor a população sobre o assunto. Na oportunidade, o MP de Contas recomendou aos órgãos ambientais, a bem do combate à poluição atmosférica e da sanidade do meio ambiente da cidade, darem continuidade às apurações e monitoramento do ar, na forma já preconizada em decisão do Tribunal de Contas do Estado, com o fim de identificar a fonte dos odores sentidos pela população. O procurador ressalvou ainda que está à disposição e continuará acompanhando o desempenho dos órgãos executivos responsáveis pela fiscalização das emissões.

Entre os presentes na reunião estavam a diretora de Controle Externo Ambiental do TCE-AM, Anete Jeane Marques Ferreira, e representantes do Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMAM), da Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados e Contratados do Estado do Amazonas (Arsepam), da Defesa Civil estadual e do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam).

Texto: Miguel de Oliveira (Jornalista)

MPC-AM quer apuração de responsabilidade sobre desmoronamento de muro de contenção em Parintins

 

Na tarde desta quinta (8), o Procurador de Contas Roberto Cavalcanti Krichanã da Silva ofereceu ‘Representação com pedido de Medida Cautelar’, contra o prefeito Frank Bi Garcia, o secretário Carlos Henrique dos Reis Lima (Seinfra) e a empresa I. J. Ribeiro Construção Ltda, objetivando apuração e eventual responsabilização oriunda do desmoronamento do muro de contenção erguido na orla do município de Parintins, ocorrido no dia 31 de março deste ano, cuja reconstrução perfaz objeto do Termo de Convênio n. 05/2020-SEINFRA.

Neste sentido, o MPC-AM solicitou ao Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM) concessão de medida cautelar para que se ordene, de imediato, a suspensão integral de todos os atos referentes ao convênio, tais como repasses à tomadora de recursos e ordenação de despesas e pagamentos em favor da empresa contratada. Ainda pediu que seja condicionado o reinício dos serviços à expressa anuência da Corte de Contas, a partir da verificação de que há amparo probatório suficiente que comprove a eficácia da obra, na forma atualmente planejada, ou depois de adequações que, porventura, entendam-se necessárias. Finalizou requerendo a notificação dos representados.

De acordo com o Ministério Público de Contas, “a gravidade do fato é deveras notória, seja porque lança questionamentos sobre a capacidade técnica da empresa executora em construir obras de contenção, seja porque o retardo na conclusão expõe parte da área urbana da cidade à situação periclitante. ”

O termo de convênio firmado entre a SEINFRA e a Prefeitura Municipal de Parintins, para custear a reconstrução de parte do muro de arrimo, possui o valor estipulado de 2,3 milhões de reais.

Prefeito do Careiro da Várzea é alvo de ‘Representação’ do MPC-AM pela prática de ‘nepotismo’

A procuradora de Contas Elissandra Monteiro Freire Alvares ingressou, na última segunda-feira (22), com ‘Representação’, com pedido de Medida Cautelar, junto ao TCE-AM, contra a Prefeitura de Careiro da Várzea, pela prática de ‘nepotismo’. Segundo a Elissandra Alvares, o prefeito Pedro Duarte Guedes, em violação à Súmula Vinculante nº 13, do STF, contratou parente para cargos de confiança.

De acordo com a Portaria nº 0013/2021/PMCV, publicada no Diário Oficial dos Municípios em 05 de janeiro deste ano, o prefeito Pedro Guedes nomeou seu irmão, José Pedro Souza Guedes, para o cargo de secretário Municipal de Finanças.

Diante do fato, o MPC-AM requereu junto ao TCE-AM a admissão da ‘Representação’ e a concessão de ‘Cautelar’ para o afastamento temporário de José Pedro Souza Guedes, do cargo para os qual foi nomeado. Solicitou, ainda, a notificação do prefeito e do irmão, oferecendo oportunidade para que os mesmos apresentem suas razões de defesa.

Segundo entendimento do STF, em sessão plenária de 21/08/2008, que aprovou a Súmula Vinculante nº 13, “A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal”.